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domingo, 10 de maio de 2015

Notícia - Núcleo da Terra gira mais devagar do que se pensava

Uma equipa de geofísicos descobriu que o núcleo da Terra gira muito mais devagar do que se pensava, afectando o nosso campo magnético, segundo um artigo publicado na revista “Nature Geoscience”.

O núcleo interno da Terra situa-se a 5200 quilómetros de profundidade (Foto: Marcelo del Pozo/Reuters)

Investigações anteriores mostraram que o núcleo da Terra girava mais depressa do que o resto do planeta. Agora, cientistas do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram que as estimativas anteriores de 1 grau "de avanço" por ano (em relação ao resto do planeta) são imprecisas. Na verdade, dizem, o núcleo gira muito mais devagar - o avanço acumulado será de aproximadamente 1 grau a cada milhão de anos.

O núcleo interno cresce muito devagar ao longo do tempo, através da solidificação do fluído das camadas externas que se acumula à sua superfície. Durante este processo, uma diferença na velocidade nos hemisférios Este-Oeste do núcleo fica registada na sua estrutura . “Uma rotação mais rápida seria incompatível com a estrutura dos hemisférios que observámos no núcleo interno”, explicou Lauren Waszek, autor do estudo, em comunicado. “O nosso estudo é o primeiro em que os hemisférios e a rotação são compatíveis”, acrescentou.

Para obter estes resultados, os cientistas utilizaram ondas sísmicas que atravessaram o núcleo interno do planeta, 5200 quilómetros abaixo da superfície da Terra, e compararam-nas com o tempo de viagem das ondas reflectidas na superfície do núcleo.

Apesar de o núcleo interno do planeta estar a 5200 quilómetros abaixo dos nossos pés, o efeito da sua presença é especialmente importante à superfície. À medida que o núcleo interno cresce, o calor que liberta durante a solidificação conduz a convecção do fluído nas camadas externas do núcleo. Estes fluxos de calor dão origem aos campos magnéticos que protegem a superfície terrestre da radiação solar e sem os quais não haveria vida na Terra.

Lauren Waszek acredita que os resultados da sua investigação trazem uma perspectiva adicional para compreender a evolução do nosso campo magnético.

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